1. |
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Então já viu o rosto de Deus
Borrado naquele muro?
Cambaleando na cidade
Caído num beco escuro?
Eu vi Maria
De relance
Vendendo o corpo
Pra comprar seu lance
João enrola
Com muito cuidado
O matinho verde
De seu baseado
Entre anjos espatifados
E Justos condenados
Bandidos são condecorados
E heróis sentenciados...
Enquanto vomita salmos
Para acalmar ânimos
Lá vai Cristo desdentado
Como um pobre anônimo
Os doutores da lei
Pedem por paz
Mas apoiam a causa
De Barrabás
Crentes dizem ser
Milícia de Moisés
Mas tem como ás
Satanás
Entre anjos espatifados
E Justos condenados
Bandidos são condecorados
E heróis sentenciados...
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2. |
Sem Orgulho
01:43
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Não importa se tu goza
De grande reputação
Vão te por de joelhos
Sem direito a reação
Irá apanhar
Antes que possa revidar
Nas mãos de um zé ninguém
Vindo de lugar nenhum
Vai mordiscar as sobras
Com faminta resignação
E se alojar na penumbra
Máxima precaução
Engole tua honra
Morra sem fazer barulho
És o escolhido
O homem sem orgulho
Saber o que quer
Não implica no que vai ter
Fará o que puder
E mal ficará de pé
Marcas permanentes
Não te fazem altivo
A dor é benevolente
Por te manter vivo
Vão te abafar
Antes que possa dizer
Vai parar pra orar
E pragas irão te benzer
Fez da própria História
Páginas de ato falho
És canção da escória
Homem sem orgulho
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3. |
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Aos cacos
Estirado
O teu espírito é como um favo
Do mais grosso pecado
Tão afiado...
Aos trancos
Avariado
Quando algo é quebrado
Por menor que seja o pedaço
Ficam Estilhaços
Apagando lentamente
Como cinzas de cigarro
Sufocado pelo não dito
Preso ao pigarro
Permite que o inimigo
Se acomode do seu lado
O desgosto é palanque
Que lhe dá respaldo
Espasmos
Solavancos
É o medo vindo a seu encontro
E no teu farto pranto
Sobra desacato
Tão mudo
Devastado
Se debate no lodo
De mentiras com respaldo
Que fardo pesado...
Apagando lentamente
Como cinzas de cigarro
Sufocado pelo não dito
Preso ao pigarro
Permite que o inimigo
Se acomode do seu lado
O desgosto é palanque
Que lhe dá respaldo
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4. |
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Pai do céu a quem rogo
Somos mesmo tão análogos?
Sou tão austero
Quanto um zero,
A atenção distraída
No beco sem saída...
Sou o aceno
De um gesto obsceno,
A jogada espetacular
Num jogo sem placar.
Sou tranca sem chave
E palavrão suave,
Um obscuro soneto,
O rancor inquieto...
Eu sou um Bastardo
Pai, venha em meu socorro!
Pode com meu desaforo?
Sou mais uma promessa
Entre tantas remessas,
A atenção distraída
No beco sem saída.
Sou o aceno
De um gesto obsceno,
A jogada espetacular
Num jogo sem placar.
Sou tranca sem chave
E palavrão suave.
Um obscuro soneto,
O rancor inquieto...
Eu sou um Bastardo
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5. |
Melô de Chico Porca
00:16
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Cagar no mato é muito bom,
Cagar no mato é bom demais,
A merdinha cai no chão
E os porquinhos vem atrás.
Ronc ronc ronc
Rock rock rock
Ronc ronc ronc
Rock rock rock
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6. |
Não Tenha Fé Em Mim
01:38
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Já viu uma mentira repetida
Virar verdade velada?
Foi traída num golpe de vista
No jogo limpo de um vigarista.
Não tenha fé em mim!
É bom que seja assim,
Sou a voz amável
No pior cenário possível.
Me expresso por juras rachadas
E emoções despedaçadas.
Destilo um papo frívolo
E brilho como ouro de tolo.
Não tenha fé em mim!
Não sou um querubim,
Deixei cair minha máscara
Esculpida em carrara
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