1. |
Imagem E Semelhança
02:53
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Batendo panelas?
Mas não era tão sabido?
Não tinha aberto as pernas
Para o magistrado preferido?
Pobre e reaça?
Ficará largado às traças
Não foi minha culpa
Não fui eu que criei desculpas
Para fazer
De bandidos sem fiança
Minha imagem e semelhança...
Segue a moda
Mesmo sem se olhar no espelho
Refletindo o jeitinho brasileiro!
Furando fila
Tomando vantagem
Pela família
Eu digo sim à malandragem!
Pobre e reaça?
Ficará largado às traças
Não foi minha culpa
Não fui eu que criei desculpas
Para fazer
De bandidos sem fiança
Minha imagem e semelhança...
Segue a moda
Mesmo sem se olhar no espelho
Refletindo o jeitinho brasileiro!
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2. |
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Por que nos tem como fracassados
Se não pode com os nossos fardos?
O seu desejo não nos conduz
Ser da manada não nos seduz!
Imunes às tuas canções de ninar
Não pertencemos a nenhum lugar!
Com ousadia e irmandade
Criamos luz na soturna cidade
No mosh não tem escudo
Pronto pro nada e pro tudo?
Faz piada de seu calvário?
Bem-vindo ao clube dos otários!
É bom ser desajustado
Como um acorde desafinado
Não ser igual a propagandas
Ou produto de demandas
Nem criar expectativas
Em manobras evasivas
É ter na voz a ogiva
De uma bomba criativa
No mosh não tem escudo
Pronto pro nada e pro tudo?
Faz piada de seu calvário?
Bem-vindo ao clube dos otários!
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3. |
Castelo de Areia
04:00
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Intensas palpitações...
Só queria respirar!
Queria que a vida passasse
Em suaves prestações
Mal ensaiei viver
E já me vi em risco
Brindei sem prazer
Escondendo as lágrimas em ciscos
Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que a minha coragem incendeia...
Como num filme de terror
Me debato pra escapar
Da hedionda morte
Que tenta me silenciar
Crescendo bem devagar...
Maldito corpo estranho!
Me faz tão efêmero
Minando os meus sonhos...
Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que minha coragem incendeia...
Te cortei fora
Como um dedo podre
Pare de me ameaçar
Não pode me machucar!
Saia de minhas vísceras!
E de outras úlceras
Contrario seu diagnóstico
Fujo deste quadro clínico...
Me recuso a cair assim
Como um castelo de areia
Pois é nesse tempo ruim
Que a minha coragem incendeia
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4. |
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Por que erraram sua jugular?
Cadê o milagre que vai te curar?
Devia ter sangrado sem parar!
Diz ser o homem com uma missão
Consagrado por falar de Deus em vão
Usa palavras empoeiradas
Tiradas de sua estante de fachadas
Por que erraram sua jugular?
Cadê o milagre que vai te curar?
Devia ter sangrado sem parar!
O profeta da nova geração
Negocia a sua salvação
Divida em 12 vezes no cartão
Sem frete e nem direito a devolução
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5. |
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É o soco na cara no meio da roda
O olho inchado depois de uma sova
É a fraqueza do herói destemido
Protetor dos frascos e comprimidos
Armado tu tem a sensação
De que não te falta culhão?
Gosta de jogar polícia e ladrão
Onde negro é morto sem distinção
É o tiro de aviso
Faz da morte uma festa
Tão cauteloso
Quanto um tiro na testa
Tem o coldre carregado
Entre os dedos precipitados
Vai a caça de sua presa
E alega legítima defesa
Dá ao filho o melhor presente
A cabeça de um indigente
Jesus até foi um bom rapaz
Agora jaz baleado, que descanse em paz!
É o tiro de aviso
Faz da morte uma festa
Tão cauteloso
Quanto um tiro na testa
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6. |
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Lambe a bota de um milico miserável
Toma banho com um pato inflável
O seu Deus só salva mão aberta
Ai de você se não deixar oferta!
Ele acredita na pena de morte
Tem amor no coração, mas que vença o mais forte!
Diz que arte é enfeite
E política é confete
É o lixo varrido
Pra debaixo do carpete
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7. |
Sociedade Das Marionetes
02:08
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Encontre seus ideais engolindo manuais
Aceite o prescrito,repita o que já foi dito
Então vamos cobrir a linha pontilhada
E colorir esse saber de fachada
Questionar?
Não levante o dedo!
Decorar...
O seu papel no enredo!
Dizem promover o ensino com questões atuais
Mas aplicam fórmulas do tempo dos meus pais
Mostram causa sem efeito, minando o prazer de aprender
Questionar?
Não levante o dedo!
Decorar...
O seu papel no enredo!
Que se dane!
Apenas faça o seu dever
Obedecer
Como um bom joguete
Resignar...
Dance, marionete!
Quero ouvir
A voz da senzala
Devolva minha memória
E as raízes da minha História
Digam a eles que fico
Com meu senso crítico...
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8. |
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O homem é inseto que faz o próprio veneno
É dormente quando esperto e brusco quando ameno
Um zero quando próspero e falso quando sincero
É chave sem fenda que se põe a venda
Em sua torre de marfim
A cobiça é o jasmim
Que enfeita o seu jardim
Nessa terra de ganância sem fim
O homem é impotente, mesmo onipresente
É História sem final e fábula sem moral
Ignora quando escuta, discute sem disputa
Vive pelo emprego e morre sem sossego
Em sua torre de marfim
A cobiça é o jasmim
Que enfeita o seu jardim
Nessa terra de ganância sem fim
O homem se conforma
E o padrão adorna
Chora no circo e foge no cerco
Se expõe como um manequim
Mata com tiros de festim
É o vão útil, mais um entre mil!
Em sua torre de marfim
A cobiça é o jasmim
Que enfeita o seu jardim
Nessa terra de ganância sem fim
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9. |
Ativista De Papelão
02:31
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Convoca os companheiros
Para avaliar o ato
Mas creio que sua ação
Não vale nota nem boato
Se gaba de ter voz atuante
Por que soa tão irrelevante?
Como pondera viver sem fronteira
Se segue armado em sua trincheira?
É tão bonito o seu teatro
Visado na manifestação
Onde diz estar ferido
Mas não tem um arranhão!
Se gaba de ter voz atuante
Porque soa tão irrelevante?
Como um bom ativista de papelão
Quer espólios na próxima eleição!
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10. |
Homem Lobo Do Homem
01:48
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Como um só?
Voltamos ao pó!
Tão racionais
Porém passionais...
Mesmo com gestos ensaiados
Juntos, lado a lado
Falamos de união sem convicção
Traçamos metas pra mudanças concretas
Tiramos do papel a torre de babel
Pra morrer por causas vazias
Eu tenho o conceito
Faço do meu jeito
Não fale por mim
É cada um por si
Buscamos o foco
Estando em cacos
E seguimos fora de controle...
Você é o que consome
Come mesmo sem ter fome
Na selva de pedra
Não desanimem!
Aqui homem é lobo do homem!
Homem lobo do homem
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11. |
Vida Líquida (Bônus)
01:49
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Eu sou um spam da pós modernidade
Um meme de meias verdades
Num mundo em que crápulas são honestos
O real é bem indigesto
Dia e noite eu vivo nesse inferno
Temos slogans para nossos devaneios
Fins justificam os meios
Somos inanimados mesmo em ação
Fantoches da especulação
Alcançamos a informação
Cultuando a contradição
Então encenamos personagens
Em busca de novas miragens
Dizemos ter tudo sobre controle
Contudo, mal há quem nos console
Temos slogans para nossos devaneios:
Fins justificam os meios
Somos inanimados mesmo em ação
Fantoches da especulação
Estamos vivendo para o agora
E sentimos da boca pra fora
Dizendo palavras ao vento
Esfriando o calor do momento
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12. |
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Diz estar com Deus em comunhão
Mas o inferno está cheio de boa intenção
Tem o corpo fechado mas vaza pecado
Lava essa boca suja com sabão
Ou sofra a minha terrível maldição:
Asa de morcego, pena de urubu
Que caiam as pregas dos fiscais de cu
Boca de sapo, teia de aranha
Um encosto te acompanha
Volta pro mar, oferenda
Mas talvez Iemanjá se ofenda
Chuta despacho em encruzilhada
O normal é tua fé forçada?
Asa de morcego, pena de urubu
Que caiam as pregas dos fiscais de cu
Boca de sapo, teia de aranha
Um encosto te acompanha
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